LGPD e o open banking: saiba como a legislação deve impactar os novos negócios

O Open Banking, como o próprio nome indica, é um sistema bancário aberto, em que outras instituições financeiras, fintechs e financeiras podem ter acesso aos dados dos clientes de outras instituições  eletronicamente.  Esse compartilhamento é realizado por meio de interfaces (APIs) que criam uma rede entre essas instituições.

A modalidade é vista pelo Banco Central (BC)  como um catalizador para modernizar o sistema financeiro brasileiro e aumentar a eficiência do setor, além de aumentar a concorrência, já que dados de pagamentos, crédito e investimentos de milhões de clientes não serão mais exclusivos de uma única instituição.

O Open Banking e a LGPD

A Lei Geral de Proteção de dados (LGPD) deve entrar em vigor no próximo mês de agosto – há uma proposta na Câmara dos Deputados para o adiamento da vigência para 2022 – e estabelece normas sobre como as empresas coletam, processam, armazenam e destroem dados pessoais e sensíveis de seus clientes e usuários, visando melhorar a privacidade dessas informações.

As diretrizes do Open Banking foram criadas para, quando a modalidade entrar em vigor, já estejam aptas a atender as regras da LGPD, então, o compartilhamento de dados deve se basear no uso consciente dessas informações e sob autorização explicita do cliente. – autorização que pode ser suspensa a qualquer momento.

Como o Open Banking ainda espera regulamentação, as instituições não sabem ao certo quais informações serão compartilhadas – provavelmente serão dados sobre o consumo de produtos e serviços bancários, transações, investimentos e dados pessoais. Apesar disso, precisam estar atentas ao controle sobre esses dados por parte dos clientes. Como eles terão o poder de cedê-los no momento que quiserem, caberá aos bancos educar seus clientes para seguirem critérios básicos de segurança e para entenderem como suas informações serão tratadas por outras instituições e para qual fim.

Qual o impacto nos negócios?

O Open Banking deve contribuir para melhorar a experiência do cliente, criar novos fluxos de receita e oferecer um modelo de serviços mais transparente. O cliente será o maior beneficiado, pelo menos em um primeiro momento. De acordo com a McKinsey, é provável que um seja criado um novo ecossistema de serviços financeiros e altere profundamente as funções dos bancos.

A modalidade também levanta questões relacionadas à regulamentação e governança, exigindo que bancos, fintechs e novas empresas que queiram entrar nesse mercado, trabalhem em conjunto para que o novo ambiente seja seguro e transparente, além de estar preparado para lidar com possíveis impactos negativos para os clientes –sim, podem ocorrer.

Outra transformação deve ocorrer com a jornada do cliente. Como o Open Banking permite que outras instituições entrem em contato direto com ele, baseando essas interações no contexto em tempo real, o mapeamento de “momentos financeiros” – casamento, compra de uma casa ou um carro, nascimento de um filho – deve se tornar mais presente no dia a dia dos bancos para que consigam entregar experiências no momento correto para cada cliente.

Além disso, mesmo com novos ecossistemas digitais surgindo, no sistema financeiro, os dados estão em sua maioria nas mãos de instituições tradicionais que enxergam o Open Banking como uma ameaça. Essa mentalidade ainda precisa ser trabalhada dentro das instituições, para que percebam as oportunidades de novos negócios que aparecerão pelo caminho.

Apesar de serem pioneiras na hora de adotar novas tecnologias, as instituições  financeiras contam com uma infraestrutura complexa e muito difícil de ser atualizada. E, para enfrentar a concorrência das Fintechs, que já nasceram digitais, será preciso investir em inovação e otimizar processos. Baixe o relatório da Frost & Sulivan e saiba como os bancos podem se diferenciar e melhorar a CX.

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